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Pés diabéticos

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Dr. Fabio Ravaglia

O diabético deve ter cuidados redobrados com os pés. Por apresentar a circulação sanguínea diminuída, corre mais risco de formação de úlceras, infecções e disfunções motoras. Além disso, o aparecimento de lesões nos nervos pode levar tanto à dor quanto à perda da sensibilidade dos pés, contribuindo para a formação de úlceras plantares e deformidades. Com o passar dos anos, o diabetes tende a acometer os nervos da perna a ponto de interromper a comunicação com o cérebro, causando falta de sensibilidade à dor. Isso significa, por exemplo, que o diabético pode pisar em um caco de vidro, cortar o pé e continuar andando sem se incomodar. A ferida crônica no pé, que o paciente nem percebeu, se agrava e, por causa da debilidade do organismo em reagir, a infecção não regride. Muitas vezes, atinge os ossos. O sangue não circula nos pés e as células de defesa não chegam, abrindo a porta para a gangrena, a morte dos tecidos e, enfim, a amputação. Poucos diabéticos sabem que calos, feridas e deformações nos pés, quando não tratados, podem levar a amputações. Estima-se que a metade das amputações não traumáticas de membros inferiores realizadas nos Estados Unidos sejam decorrentes da doença. Segundo informações da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), aproximadamente 85% dos diabéticos que apresentam feridas crônicas nos pés evoluem para amputação e, destes, metade sofrerá nova amputação entre dois e três anos.
  Com prevenção, podem ser evitados os problemas mais frequentes que surgem, principalmente, em pacientes com mais de dez anos de convivência com a doença. Para diabéticos, existem sapatos especiais, macios e com ajustes em diversos pontos, que evitam que os machucados apareçam nos pés e, com eles, as suas possíveis complicações. Sugiro usar sempre calçados confortáveis, que protejam bem os pés e garantam a segurança. Antes de calçar, verifique no interior dos sapatos se não há pedra ou outro objeto que possa machucar. Para as mulheres que gostam de salto, os mais indicados são os saltos quadrados e mais largos, com no máximo três centímetros de altura. Homens e mulheres devem evitar os bicos finos. Chinelos de dedo deixam os pés desprotegidos. As meias ajudam a proteger os pés, mas prefira as sem costura e sem elástico. No inverno, a meia com sola de couro ou silicone é uma opção para manter o pé aquecido dentro de casa. Manter a higiene é fundamental, mas cuidado para não tomar banho com a água quente demais. É importante também examinar os pés diariamente para verificar o aparecimento de bolhas, frieiras, rachaduras etc.
  O diabetes atinge cerca de 245 milhões de pessoas no mundo. No Brasil, segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde, há 11 milhões de pessoas com diabetes do tipo 2 (diabetes mellitus). A incidência de diabetes em pessoas com idade avançada é grande. O Ministério da Saúde estima que 17,5% dos brasileiros acima dos 60 anos tenham a doença. Um outro dado alarmante é o de uma pesquisa da Fiocruz, que demonstrou que 75% dos diabéticos não têm controle sobre a doença. Quando diagnosticada, a doença não pode ser ignorada! O paciente precisa fazer a dieta alimentar recomendada, usar os medicamentos receitados pelo médico e adotar novos hábitos, o que inclui atividade física, para manter a qualidade de vida.

* Dr. Fabio Ravaglia é médico ortopedista, mestre em cirurgia pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Campinas (Unicamp) e presidente, desde 2005, do Instituto Ortopedia & Saúde (IOS) – organização não governamental que tem a missão de difundir informações sobre saúde e prevenção a doenças. Membro do corpo clínico externo dos hospitais Albert Einstein, Oswaldo Cruz, Sírio Libanês e Santa Catarina; membro emérito da Academia de Medicina de São Paulo, membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia  (Sbot) e diretor-presidente da Arthros Clínica Ortopédica.


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