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EDIÇÃO Nº 3
MARÇO/1993

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LUIZ MENDES
O Fla-Flu

  Ninguém sabe exatamente quando surgiu a sigla Fla-Flu para determinar o clássico Flamengo x Fluminense. O modismo das abreviaturas veio muito depois da primeira vez em que os dois grandes rivais se encontraram.
  Sabe-se, no entanto, que chamar esse jogo de Fla-Flu só se tornou um fato definitivo e generalizado, desde que o grande e saudoso jornalista Mário Filho passou a tratar o clássico por esse nome. E ele o fez numa visão de marketing, pois o futebol brasileiro estava dividido em dois, com Fluminense e Flamengo liderando um dos lados, precisamente aquele que defendia a implantação do profissionalismo.
  Praticamente, no Rio, apenas três clubes se situavam dentro dessa visão – Flamengo, Fluminense e América. Formavam a Liga Carioca. Todos os demais ficavam do outro lado, com a CBD, e isso determinava um campeonato cuja tabela colocava semana sim, semana não, o Fluminense jogando com o Flamengo. E Mário Filho criou o que se convencionou chamar de mística do Fla-Flu.
  Quase como uma explosão em cadeia, começaram a surgir pelo Brasil afora, clássicos regionais com siglas criadas pela junção de sílabas com os nomes dos adversários. Grenal no Rio Grande do Sul; Atlétiba no Paraná; Baví na Bahia e até Comefogo em Ribeirão Preto, belicosa “alcunha” do jogo Botafogo-Comercial, agitado clássico daquela importante cidade paulista.
  Fla-Flu pegou e se tornou o clássico de maior charme do Brasil, pelo apoio de Mário Filho ao profissionalismo que, afinal, se tornou vitorioso em 37, quando o Rio passou a ter um só campeonato, com todos os clubes do mesmo lado.
  Desde que cheguei ao Rio (fim do ano 1944) tive oportunidade de assistir a memoráveis Flaflus. E se perguntarem qual o mais sensacional que eu vi, respondo que o Fla-Flu não pode ser dividido em pedaços, porque ele faz parte de um todo – todos eles formam historicamente um só.


(Coluna publicada na edição nº 3 do Agito da Galera, em março de 1993, página 3)

O CARTOLA NA BERLINDA
 Veloso desconhece crise e 
aposta no sucesso do Fla

NOTA DA REDAÇÃO: Na época em que concedeu essa entrevista ao Agito da Galera, Luiz Augusto Veloso era presidente do Flamengo. Hoje ele é o executivo do futebol rubro-negro, na gestão da ex-nadadora Patrícia Amorim. Os torcedores que acompanham o noticiário do dia a dia do clube poderão perceber, ao ler a matéria a seguir, que o tempo passa, os personagens mudam, mas o discurso dos dirigentes continua o mesmo.

  Para quem chegou, mesmo que de brincadeira, a comparar seu time ao do Milan, a tranqüilidade com que o presidente do Flamengo, Luiz Augusto Veloso, encara o atual momento do time – pelo menos até o dia da saída do técnico Carlinhos – é impressionante. Segundo ele, o fato de a equipe não ter ainda apresentado um padrão de jogo à altura dos jogadores que a compõe, não significa que os objetivos, em termos de resultados, não estejam sendo alcançados. O presidente garante ter como honrar os compromissos financeiros assumidos quando da sua posse e afirma não estar arrependido de investir alto para contratar o ponta Renato.

O supertime de Renato, Nílson, Gaúcho, Júnior que foi montado para ganhar tudo o que disputasse parece que só agora começa.a decolar. Essa demora preocupa de alguma forma a diretoria?
  – O supertime fica por conta da imprensa. O que nós fizemos foi reforçar o time. O Flamengo apesar de ainda não ter decolado, é o líder do campeonato estadual, é o vice-líder da Libertadores e deu um grande passo para classificação na Copa do Brasil. Do ponto de vista dos resultados, tecnicamente, o Flamengo vem atingido o que procurava. É claro que as atuações não nos têm convencido; o time tem apresentado problemas. Sem dúvida há o desgaste de um time que joga três vezes por semana, com viagens, que atrapalham demais a quem quer disputar bem as competições. Agora, o Flamengo vai bem do ponto de vista dos resultados. Então nós temos que ter tranqüilidade para esperar que as atuações cheguem ao nível que a torcida espera.

O senhor apostou nas conquistas para pagar o alto investimento feito. O Flamengo está sendo compensado? O clube conseguirá honrar os compromissos?
  – O Flamengo há muito tempo não tinha todos os seus salários em dia, como hoje. E, na minha opinião, até provem o contrário, o Flamengo é o favorito em todas as três competições que disputa. A gente está esperando apenas que o nosso time decole. E se ele o fizer a partir de agora, melhor, pois subirá ao longo da competição.

O clube investiu alto no Renato e ele até agora não correspondeu às expectativas, tendo inclusive que parar mais de um mês por causa de uma contusão. O senhor se arrepende de alguma forma de ter se esforçado para trazer o jogador de volta à Gávea?
  – A simples chegada do Renato, a animação que ela proporcionou à nossa torcida e os efeitos sobre o elenco já valeram grande parte desse investimento. Ele teve a infelicidade de se contundir, mas em menos de um mês estará de volta ao time.

A quantas anda a tão falada negociação com a Lazio para o intercâmbio?
  – Na verdade essa negociação não era para ter sido divulgada na hora que foi. No momento ela está parada, porque a Lazio atravessa problemas sérios lá na Itália. Porém, a idéia persiste. Há muito tempo nós já vínhamos desenvolvendo com o Deportivo Cáli alguma coisa parecida e está sendo muito importante.

Qual a grande “pedra no sapato” do presidente do Flamengo hoje?
  – Nenhuma pedra. O Flamengo é um dos lideres nas três competições. Só espero que o time apresente um padrão de jogo mais convincente, para que esses resultados sejam coroados com boas exibições.

(Matéria publicada na edição nº 3 do Agito da Galera, em março de 1993, página 3)

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